Análise - Greak: Memories of Azur
Como se livrar disso? Não tenho a resposta certa, na verdade, essa resposta pode ter infinitas camadas e isso varia de pessoa para pessoa.
Eu, particularmente, tenho tido bons momentos de descanso ao lado das pessoas que amo e também através do meu hobbie preferido: o videogame.
Nessa última semana tive a felicidade de jogar o Greak: Memories of Azur. Um game com animações desenhadas à mão e com uma maravilhosa trilha sonora, que me fez esquecer um pouco da realidade que vivemos.
Nas próximas linhas tentarei compartilhar com vocês um pouco da experiência que tive com ele.
Um pouco de história
Greak é o personagem principal do game e o mais novo de três irmãos.
Ele pertence a raça mágica chamada de Courines, que atualmente está sob
ataque de uma facção inimiga conhecida por Urlags.
Essa batalha se arrasta por anos e os Courines não veem outra opção,
a não ser abandonar as terras de Azur. Greak acaba se perdendo dos irmãos
durante um ataque inimigo.
O objetivo do personagem é de se reunir com seu irmão (Raydel) e sua
irmã (Adara), para em seguida escapar rapidamente daquele lugar,
antes que a ira dos Urlags caia sobre a cabeça deles.
Conhecendo os heróis e suas particularidades
Greak é o primeiro personagem que controlamos no jogo. Ele é ágil e
habilidoso com sua espada. Por conta do seu tamanho, ele consegue se enfiar
em buracos bem pequenos, que seus irmão mais velhos não conseguiriam entrar,
tendo acesso a lugares inacessíveis.
A pequena criatura consegue executar pulos duplos, permitindo que o pequeno
guerreiro alcance lugares mais altos. Já a sua irmã Adara, uma manipuladora de
magia arcana, tem a habilidade de disparar bolas de energia, que podem ser
direcionadas para qualquer direção.
Além disso, Adara consegue planar por alguns segundos e isso depende da
barra de magia dela. Assim que a barra zera, ela despenca. É possível
aumentar o tempo de duração, permitindo que a personagem alcance lugares
inalcançáveis pelos dois irmãos.
Já Raydell, o mais velho dos três, é o guerreiro mais experiente. Ele possui
uma espada, um escudo e uma espécie de gancho. Graças ao gancho, a dinâmica
entre os três irmão muda consideravelmente, tornando os
puzzles mais interessantes. O escudo é muito útil nas batalhas,
ele consegue proteger o Raydel e os demais irmão. A única fraqueza desse
personagem, algo que não curti, é a água. Se o Raydell cair na água, ele
sofrerá dano, como se tivesse caído em espinhos.
Com relação aos controles, eles são precisos e não necessitam de muito tempo
para serem dominados. O único problema, na minha opinião, foi no momento que
controlamos dois ou mais personagens de uma vez.
Às vezes o sincronismo não fica tão legal, principalmente nos momentos que
pulamos, onde a diferença do alcance do pulo de cada um pode provocar a
queda de um ou mais personagens em abismos ou espinhos.
Para contornar esse problema, eu deixava um ou dois personagens em lugares
seguros, realizando a travessia com um por vez. Outro ponto importante que
precisa ser mencionado, é que a IA não é 100% assertiva em seus ataques,
então cuidado ao deixar um deles próximos de inimigos.
Azur e as suas belas paisagens
Greak: Memories of Azur é um belíssimo jogo. Você percebe isso assim
que carrega o título pela primeira vez. As animações são incrivelmente bem
feitas, com uma fluidez maravilhosa, lembrando em muito um desenho animado.
Já in game, os gráficos continuam belos e possuem camadas muito bem
definidas, que combinados com a trilha sonora, conseguem criar um ambiente
tão imersivo, que você esquece do que está acontecendo ao seu redor.
Uma coisa que me chamou a atenção durante a jogatina foram as sombras em
movimento enquanto estamos em uma das florestas. Vou tentar explicar: o
personagem está em um plano 2D, tendo na parte de trás uma paisagem. Essa
parte das sombras fica a frente do plano principal, onde está o
personagem.
Nesse plano temos criaturas se movimentando e emitindo sons ameaçadores,
como se eles fossem nos atacar a qualquer momento em nosso plano. Além de
monstros, temos a presença de outros animais nessa camada de sombras, como
por exemplo, corujas que teimam em nos assustar na medida que andamos pelo
ambiente.
O mundo de Azur é rico em detalhes, tanto em lugares abertos, como em
lugares fechados. Com uma diversidade interessante de ambientes, que aliados
a EXCELENTE trilha sonora, conseguem passar o peso do momento na medida
certa.
O design de personagens é interessante e a movimentação deles é muito bem
animada. Eu joguei a versão do Nintendo Switch e não senti ou percebi nenhum
tipo de travamento/queda de frame durante toda a minha jogatina.
Andando por esses ambientes, localizei diversos monumentos que me deixaram
muito curioso com as histórias relacionadas a eles. É possível conhecer um
pouco mais analisando livros que encontramos em alguns lugares, mas não são
suficientes para esclarecer todas as dúvidas ou curiosidades daquele mundo.
Eu ficaria muito feliz se o estúdio disponibilizasse materiais (digitais)
relacionados a esse universo. Fica o pedido aqui. rs
A estrutura do jogo e sua dificuldade
O título tem características de um bom metroidvania, mas com uma pegada um
pouco diferente. Em jogos desse gênero, o avanço depende muito de certas
habilidades, que são conquistadas durante o gameplay.
No caso do Greak, o avanço depende da resolução de pequenos quebra-cabeças,
que muita das vezes, só podem ser resolvidos quando estamos controlando um
ou dois irmãos.
Uma coisa que percebi durante a minha jogatina foi a pequena quantidade de
pontos de salvamento espalhados pelo mapa. Para mim isso não é um problema,
na verdade, o encaro como um desafio a mais, pois seria muito fácil colocar
vários saves, diminuindo ou matando de vez a dificuldade.
A dificuldade do game está bem balanceada e a minha única ressalva está na
batalha contra alguns chefes. É muito complicado controlar todos os irmãos
ao mesmo tempo durante uma luta.
Em uma das batalhas que travei, tive que deixar a Adara em um lugar seguro,
no caso, em uma plataforma. Porque se ela ficasse próxima, seria facilmente
golpeada pelo boss. Ao meu ver, seria interessante que houvesse um
modo de deixar os aliados em um modo automático de movimentação e ataque.
Nesse ponto da análise quero descrever a minha
experiência com o mapa, que na minha opinião, é a parte mais fraca do
game. Nossos personagens ficam em um acampamento, uma espécie de hub central
e é desse lugar que partimos para as nossas missões.
Os objetivos ficam listados em uma espécie de diário. Nele consta, de uma
forma muito simples, as localizações que teremos que visitar e os lugares
que possuem uma pedra de viagem rápida. Mas quando visitamos um desses
pontos, como por exemplo uma caverna, o jogo não mostra nenhum tipo de mapa
daquela região.
Isso me deixou um pouco frustado, porque depois de algumas horas, você acaba
esquecendo a localização de algo ou alguém. Por exemplo, teve uma missão que
eu precisava encontrar uma determinada pessoa. Eu lembro de ter falado com
ele em uma outra ocasião. Mas nada me fazia lembrar do maldito lugar. Se
houve um mapa que mostrasse os lugares visitados, com uma legenda bacana
apontado pontos importantes, como no lugar que esse cara estava, facilitaria
muito a nossa vida.
Vale a pena?
Sim. Com certeza absoluta vale muito a pena jogar o Greak: Memories of Azur. O game não é bom por conta apenas dos seus gráficos, que é lindo por sinal,
mas também pelos seus controles responsivos, pelo ótimo nível de dificuldade,
pelo universo criado pelo estúdio, que ao meu ver, tem condições suficientes
de ser expandido em outros jogos ou em outros meios (livros, quadrinhos ou
animações).
Outra coisa importante, o jogo está TOTALMENTE localizado para o nosso idioma.
Nem preciso dizer o quão isso é importante para nós. Por favor, apreciem essa
obra de arte.
Esta análise só foi possível graças a Team17, que gentilmente nos
disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso
agradecimento pela confiança.
Jogo: Greak: Memories of Azur
Versão analisada: Nintendo Switch
Lançamento: 2021
Estúdio: Navegante Entertainment
Publisher: Team17
Estilo: jogo de plataforma e ação com elementos metroidvania.
Trailer