Análise - Aggelos



A expressão “nunca julgue um livro pela capa” se encaixa perfeitamente em vários aspectos da nossa vida. Hoje tomarei a liberdade de usá-la no segmento de jogos, mas com uma pequena modificação que fará mais sentido no contexto que apresentarei em breve. Então ficou assim: “nunca julgue um jogo pelos seus gráficos.” 

Por  esses dias fui alertado por um amigo sobre um determinado game, o título em questão era o Aggelos. Segundo o colega, ele nunca jogaria esse jogo, pelo simples fato dele ter aspecto antigo.

O " antigo" a que ele se refere está relacionado aos gráficos. No caso um título com estética 8 bits. Tentei dissuadi-lo dessa ideia, mostrando excelentes exemplos com esse mesmo estilo artístico.

Nem preciso dizer que o meu esforço foi em vão. A última coisa que ele comentou foi que não perderia tempo em um game como esse.

Eu curto jogos feitos em pixel art, principalmente os com estética 8 bits, por isso resolvi obter mais informações sobre o Aggelos.

Gostei tanto do que li, que resolvi arriscar e solicitar a publisher uma key para análise. E a análise de hoje será sobre esse excelente jogo, que me prendeu por mais de 10 horas.




Sobre o game

Aggelos é um jogo de plataforma e ação. Ele também possui alguns elementos do gênero metroidvania, que o tornam mais atrativo, pelo menos para mim, que curto jogos desse gênero.

O que mais me chamou atenção nesse jogo foi o level design das fases. Elas são relativamente pequenas, interconectadas, permitindo que nos desloquemos rapidamente de um ponto ao outro. Isso, se não usarmos os portas de teleporte.

Isso permitiu que o ato de se deslocar se tornasse em algo mais bacana, porque não dizer divertido. Geralmente jogos que se inspiram no Super Metroid ou no Castlevania tornam o backtracking em algo extremamente cansativo. Mas não foi o caso do Aggelos.

Outro ponto que preciso ressaltar é a localização do game para o nosso idioma. Tirando um errinho aqui, outro ali, as legendas ficaram perfeitas e isso permitirá que muitos jogadores que não dominam o inglês, possam curtir o jogo na sua totalidade.

Nem preciso dizer o quão importante é isso, né Nintendo??!

O título foi desenvolvido pelo estúdio francês Storybird Games e publicado pela PQube, o qual agradeço pelo envio da key.



A jornada

O personagem que controlamos é um jovem guerreiro sem nome, pelo menos até aquele momento, que desperta do seu sono (não é morte) e sente que tem algo a ser feito.

É a típica história de fantasia, sem enrolações, onde o herói desconhecido tem a difícil missão de proteger um reino de uma ameaça maligna. A escala da ameaça aumenta na medida que progredimos, tornando-a cada vez mais interessante.

A simplicidade do enredo não compromete o jogo em absolutamente nada, pelo contrário, ele lembra muito a franquia Wonder Boy, onde o enredo é simples, mas a jogabilidade é incrivelmente divertida.

Soma-se a isso a possibilidade de elevarmos o poder do protagonista através de equipamentos (espadas e armaduras) ou aos pergaminhos que darão ao jovem novas habilidades. Ambos devem ser encontrados pelo jogador durante a jogatina. Alguns estão em localizações óbvias, outros dependerão da sede de exploração de quem está jogando.




Os chefes

As lutas contra os  bosses são difíceis, alguns você conseguirá abater de primeira, mas outros, você terá que elevar o nível do seu personagem ou encontrar todos os itens especiais do game (pergaminho ou equipamentos).

Esse é o tipo de jogo que exigirá do jogador uma certa habilidade. Não adianta bater desesperadamente sem planejar os movimentos de uma forma mais cuidadosa.

Os modelos de sprites usados nesses grandes adversários foram muito bem feitos, principalmente o último.




Considerações Finais

A trilha sonora é interessante, embora não tenha uma música marcante, ela consegue conduzir de uma forma competente essa jornada épica.

A direção de arte foi muito feliz nas escolhas que fez, porque a parte visual está incrivelmente bem feita. Todo o design do mundo está interessante e a paleta de cores usada em cada um deles foi muito bem feita, conectando biomas diferentes de uma forma muito suave.

Esse é o tipo de jogo que indico para todos, de veteranos no cenário de jogos, como os mais novos, principalmente os estudantes de desenvolvimento de jogos.

Aggelos está disponível para o Xbox One, PS4, Nintendo Switch e PC. 

Esta análise só foi possível graças a PQube, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.