Análise - Demons of Asteborg



Demons of Asteborg é um jogo de plataforma e ação, com elementos metroidvania. O projeto seria lançado somente em cartucho físico (Mega Drive/Genesis) e no formato de rom para emuladores/cartões de memória.

Felizmente o game foi portado também para os computadores (Steam) e para o Nintendo Switch (versão que joguei). Possibilitando que outros jogadores que não possuem um Mega Drive, meu caso, possam ter acesso a essa épica aventura.

Um pouco de história

A muito tempo atrás, humanos e demônios viveram pacificamente juntos no Reino de Asteborg. Mas com o tempo, suas diferenças mantiveram os dois povos separados, até o dia em que estourou a grande guerra.

Humanos e demônios lutaram por anos. Sem fôlego, os humanos gradualmente perderam a esperança. Mas um dia, um bravo homem meio-demônio meio-humano, Sagramor, conseguiu abrir um portal para o inferno e se encarcerou com todos os demônios.

A paz voltou dentro do Reino, os bardos cantaram os louvores do herói mestiço , até que ele se tornou uma lenda ...

Séculos depois, Zadimus , o conselheiro do rei, revela-se um demônio resgatado do apocalipse. Tendo recuperado pacientemente sua força por vários séculos, ele finalmente é capaz de abrir o portal e liberar seus irmãos para recuperar o poder sobre o Reino ...

O inevitável acontece: os demônios invadem o Reino, devastando as aldeias e fazendas de humanos que se esqueceram da arte da guerra. Gareth , um misterioso cavaleiro da guarda real, parece ser a única esperança de Asteborg ...




Uma viagem ao passado

O meu contato com um Mega Drive aconteceu através de amigos, a SEGA dominava a rua em que eu morava. No meu caso, o único console que tive em casa na infância foi um clone do NES (Hi Top da Milmar). Já o meu primo, vizinho de muro, tinha um maravilhoso SNES.

Graças a variedade de consoles, tínhamos um bom motivo para visitarmos uns aos outros, no intuito de apreciar o que tinha de melhor em nossos aparelhos. Lembro-me de como fiquei impactado ao segurar pela primeira vez um controle do Mega.

Assim que iniciei o Demons of Asteborg, foi como uma viagem ao passado, mas ao invés de amigos ao meu lado, estavam a minha esposa e meu filho, me observando lutar contra uma série de demônios.

O game possui todas as características de um jogo oldschool, mas com um frescor revigorante que me fez ficar preso a ele nesses últimos dias. Eu não conhecia o projeto, muito menos a campanha de Kickstarter dele. Conheci o game através de um youtuber brasileiro, que tirou alguns minutos do seu tempo para testar o jogo em seu canal.

Logo que bati o olho no game, me senti na obrigação de testá-lo e avaliar se realmente ele é fiel ao passado. Ele não só é fiel, como também se apega a elementos do presente, através de suas mecânicas e level design apurado.




Uma batalha dura, mas não impossível de ser vencida

O jogo possui ótimos controles e suas mecânicas são simples de serem aprendidas. Mesmo que você não tenha jogado nenhum jogo da década de 90, vai dominar os controles desse jogo em um curto espaço de tempo.

Temos um botão para o ataque, que pode ser aprimorado através de um power-up, temos um botão de pulo, que combinado com o direcional poderá ser usado como uma esquiva e um para o uso de poderes, que serão adquiridos ao longo das fases.

Esses poderes são limitados apenas àquele estágio. Por exemplo, temos um poder que permite que o personagem plane por um tempo no ar. Isso será muito útil para avançar no estágio, pois as plataformas que dão acesso a determinados lugares só serão alcançadas através desse poder.




Ou seja, o level design das fases está diretamente conectado ao uso do poder. Não vejo isso como uma coisa ruim, na verdade entendo que o estúdio tentou simular as limitações de um título natigo. Porém a fluidez da movimentação dos personagens e os controles precisos tornam o game um excelente exemplo de como dosar, corretamente, a experiência de outrora, com o presente.

O que mais me deixou empolgado no jogo, além das mecânicas, foi o seu nível de dificuldade, que lembra demais alguns jogos do passado. Eu, por exemplo,  iniciei a minha jornada no modo normal, fui até a fase do castelo e enfrentei o grande vilão do game. Mas tombei diante de tal poder e tive que voltar do início desse estágio.

Depois de algumas tentativas, comecei a me sentir frustrado por não conseguir sair daquela parte. O problema estava em mim, não no jogo, por ter escolhido power-ups que não privilegiavam a minha barra de energia.

Resolvi então recomeçar o jogo, mas pensei em testar o modo fácil antes, para sentir a diferença no nível de dificuldade. Foi aí que descobri que nesse modo o jogo não fica mais fácil, os inimigos e os chefes continuam do mesmo jeito, a diferença está em duas coisas: quantidade de vidas e preço dos power-ups da loja.

Enviei um e-mail para o estúdio para confirmar essa informação. Não só confirmaram, como avisaram que na próxima atualização o modo fácil não terá limites de vida. Eu particularmente gostei disso, pois o desafio continuou igual, com a diferença de termos mais chances de nos abastecermos dos melhores poderes e também da quantidade razoável de vida. Dei prosseguimento a minha jornada nesse modo.




Outro ponto muito positivo do game são os chefes. Todas as lutas são diferentes entre si, dando um ar de novidade sempre que nos deparamos com uma nova criatura. O bacana desses momentos de embate é o uso da magia, coletado naquela fase, que nos ajudará de uma forma importante a derrotar o nosso adversário.

Uma coisa que o estúdio fez, que ao meu ver, ficou excelente são os momentos que os chefes conseguem ficar invencíveis a determinado tipo de ataque, cabendo ao jogador, descobrir uma forma de acertá-lo corretamente para diminuir sua barra de vida.




Personagens interessantes e um universo que pode ser expandido

A história em torno dos personagens Gareth, Bohort e Zadimus, foi muito bem construída. O desenrolar da trama e a revelação de seus mistérios foram muito bem executados.

É importante ressaltar a importância da localização do game, que está totalmente traduzido para o nosso idioma (português do Brasil). Um ponto POSITIVO para o estúdio, que se importou em traduzir o game para o máximo de idiomas possíveis. Graças a isso, pude apreciar a história em toda a sua completude.




Nesse ponto da análise darei uma opinião totalmente pessoal. Eu gostei muito do personagem Gareth, mas nada se compara ao chefe da guarda real: Bohort e sua espada Ragnarok. Eu GOSTARIA muito que o estúdio lançasse um game sobre ele. Acredito que há pontos naquele universo que podem ser abordados, através do olhar do Bohort.

Outro personagem que me deixou intrigado foi o Uther. Gostaria de saber um pouco mais sobre esse cara. Quem sabe também em um jogo no futuro.

Trailer


Vale a pena?
 
Sim, a experiência que tive com o jogo foi muito positiva. Adoraria poder jogar uma continuação, quem sabe, controlando o Bohort e sua espada Ragnarok.

Jogo: Demons of Astaborg
Lançamento: 2021
Estúdio: Neofid Studios
Estilo: jogo de plataforma e ação com elementos metroidvania.