Análise - Chasm

Tive uma grata surpresa ao jogar o Chasm. Um jogo, que segundo críticos, demorou para ser lançado e que quando saiu, ficou com ar de jogo "antigo".

Eu não compartilho da mesma opinião. Ao meu ver, um título com esse estilo é atemporal. O problema, na minha opinião, são as comparações feitas entre ele e o Castlevania: Symphony of The Night.

O Chasm bebe da fonte metroidvania, como outros jogos fazem, mas ele tem suas particularidades, que o diferenciam dos seus pares. O game é excelente e curti bastante a experiência que tive com ele.





História

O personagem que controlamos é apresentado como um guerreiro habilidoso, mas que ainda está em treinamento. Embora seja o melhor, dentre os novatos, ele ainda não teve uma missão oficial.

Ao iniciarmos o jogo, vemos o nosso personagem descansando em seu posto de trabalho, que fica em uma das torres da cidade de Guildean. Quando um de seus colegas informa que o capitão deseja falar com ele.

Assim que ele encontra o líder dos soldados, descobre que foi escolhido para uma missão oficial. A cidade de Karthas enviou um pedido de ajuda e essa será a sua missão: descobrir o que está acontecendo naquele lugar.

Ao chegar lá, ele percebe que a cidade está deserta. Depois de investigar alguns lugares, ele encontra um idoso, que conta um pouco do que aconteceu e pede a sua ajuda para entender o que aconteceu com aqueles moradores.

E a jornada dele começa...




Diante do perigo

Há puzzles e armadilhas espalhadas pelo mapa. Mas nada se compara com as criaturas que encontramos durante a jogatina. No início lidamos com monstros fracos, que muita das vezes, não têm a capacidade de revidar um golpe.

Isso muda na medida que nos aprofundamos naquele mundo. Eu não demorei muito para enfrentar criaturas que me forçaram a fugir, como um verdadeiro covarde. Essa situação muda um pouco quando evoluímos o nosso personagem e/ou coletamos novas armas. 

Essa sensação de poder dura pouco tempo. Na verdade, até encontrarmos um inimigo mais forte (algo normal no jogo) ou quando enfrentamos um boss pela primeira vez. O ato de encontrar um monstro mais forte ou um tesouro é uma das coisas mais recompensadoras no Chasm. Vou tentar explicar o porquê disso. 

Geralmente em metroidvanias temos que nos deslocar constantemente de um ponto a outro, com o objetivo de encontrar novos caminhos, baús, puzzles ou inimigos. Essa tarefa repetitiva é suavizada, em muitos casos, com a adição de portais que permitirão o deslocamento de um ponto a outro, de uma forma rápida. Semelhante aos vistos nos jogos da franquia Castlevania.




No Chasm há portais que permitem o deslocamento rápido, mas centralizados em um Hub. Nesse hub encontramos um portal principal, que permite a viagem entre os biomas. Ao redor dessa área, há portas que conectam pontos distintos da mesma área (bioma).

No primeiro bioma/área, que é a mina, temos um ponto de salvamento. Graças a isso, pude me arriscar mais a procura de novas áreas, com o objetivo de encontrar novas portas e também tesouros. Parece algo bobo, pelo contrário, fez muita diferença para mim. 

Porque eu sabia que se me arriscasse lutando contra monstros mais fortes ou fugindo deles, uma hora encontraria uma porta, que me levaria ao hub central e lá eu teria acesso rapidamente a área de salvamento. 




Gráficos, sons, jogabilidade e os mapas

A parte gráfica do Chasm é linda. Os cenários, os personagens e os monstros são muito bem feitos. O brasileiro Glauber Kotaki fez parte da equipe de artistas que criaram essa obra de arte.

A parte sonora é competente, principalmente nos embates contra os chefes. Os efeitos sonoros são práticos, semelhantes a outros jogos.

Agora, a jogabilidade, ao meu ver, é o ponto forte do game. Os controles são responsivos e em nenhum momento eles me deixaram na mão. Principalmente em situações chaves, onde a precisão era necessária para alcançar um báu distante ou durante a luta contra um monstro forte.

Eu tinha um certo receio com relação ao mapa, visto que ele é gerado proceduralmente. Na verdade, fiquei com medo do level design ficar comprometido por conta disso, mas não foi o caso.

Caro leitor, se tiver a oportunidade de jogar o Chasm, faça isso, tenho certeza que você não se arrependerá. A versão que joguei é a do Playstation 4.

Esta análise só foi possível graças a Bit Kid, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.