Análise - Anodyne 2: Return to Dust



Anodyne 2: Return to Dust é um título diferente, posso dizer que é um dos jogos mais estranhos que joguei nos últimos meses. Ele mistura a estética poligonal de um jogo de PS1, com puzzles em 2D que lembram os jogos da franquia Zelda.

O game foi desenvolvido por duas pessoas apenas, um feito e tanto, levando em consideração a história e a forma como ela é contada. Infelizmente algumas coisas nele acabaram comprometendo o resultado final.

Nas próximas linhas compartilharei com vocês a minha experiência com ele.



O nascimento

O game começa com o nascimento da Nova. Uma garota especial que nasceu para acabar com a ameaça do pó. Ela será guiada por dois seres especiais: Paliçada e Salmista C. Ambas parecem ser divindades naquele universo.

A poeira é um material que obstrui as almas dos habitantes de Nova Terrândia, perturbando suas mentes e emoções. Para acabar com essa ameaça é necessário que Nova encolha em nano escala, para assim, entrar dentro da criatura e remover o pó que há nela.




Limpando o mundo

Uma das tarefas de Nova é conhecer novas pessoas, conversar com elas e ouvir sobre os seus problemas, que geralmente são causados pelo maldito pó. Essa parte é muito interessante, porque graças a localização do jogo, os jogadores terão a oportunidade de entender corretamente a história de cada um dos personagens. São muitas por sinal, uma melhor que a outra.

Outro ponto interessante é a forma que iniciamos o modo nano. Isso acontece através de uma mecânica que lembra os jogos da série Guitar Heroe. O problema que o interessante passa rapidamente para o cansativo, pois esse modo é usado em todos, sem uma variação de dificuldade ou estilo. Depois de um tempo, fiquei cansado de realizar esse tipo de tarefa, desejando que o modo nano iniciasse sem a necessidade de passar por essa mecânica.

Quando estamos no modo nano, o jogo passa para o 2D, com visão superior, semelhante aos jogos da franquia Zelda. Essa troca de perspectiva é muito bem vinda, mas sofre mais uma vez com o problema da repetição.

Os controles são precisos quando estamos na forma normal da Nova. Agora, quando nos transformamos em um carro, os controles ficam mais soltos. Isso não prejudica o game em si, porque esse modo será usado apenas para o deslocamento, poupando o jogador de longas caminhadas.

O universo criado pelos desenvolvedores é instigante, mas sofre com o vazio. Há muitos pontos desertos, que na minha opinião, prejudicam um pouco o ritmo do game. Isso fica muito claro quando nos deslocamos de um lado para o outro.




Trilha sonora e dificuldade

A parte sonora é interessante em alguns pontos, em outros momentos ela passa despercebida. Sinceramente, não lembro de nenhuma música do game, apenas uma parte da melodia no início do jogo.

Outro ponto que preciso dizer é sobre a sua dificuldade. Na minha opinião o objetivo dos desenvolvedores foi contar uma boa história e por conta disso, o jogo ficou muito fácil. Tive mais dificuldade em encontrar certas criaturas, do que enfrentar os inimigos.

No modo 3D não há dificuldade alguma, nós apenas viajamos a procura dos habitantes. Os desafios estão no modo 2D, mas que podem ser superados sem muita dificuldade.

Vale a pena?

A resposta depende do seu perfil. Se você busca uma história diferente, mas não se importa muito com o gameplay, posso afirmar que você curtirá o jogo. Agora, se você procura por um bom desafio ou diversão, não recomendo. 

Eu o indicaria para estudantes de desenvolvimento de jogos, porque há boas ideias neles, que poderiam ser estudadas.

Lembrando que a experiência com um jogo é pessoal, varia de pessoa para pessoa. Pode ser que você curta mais o game do que eu . O importante mesmo é se divertir.

Esta análise só foi possível graças a Ratalaika Games, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.

Jogo: Anodyne 2: Return to Dust
Versão analisada: Xbox One
Lançamento: 2021
Estúdio: Analgesic Productions
Publisher: Ratalaika Games
Estilo: jogo de plataforma e ação com elementos metroidvania.

Trailer