Análise - Primal Light


A primeira vez que vi esse jogo foi através de um tweet. Alguém, não lembro o nome do usuário, compartilhou um gif do game mostrando uma pequena cena. 

Fiquei fascinado com aquilo e fiz questão de entrar em contato com o estúdio responsável pelo jogo, no caso, o Fat Gem.

O estúdio é formado por dois amigos e o projeto levou cerca de três anos para ser concluído. O desejo deles era criar um game desafiador, linear, que lembrasse os clássicos do passado. 

Ao meu ver eles alcançaram o objeto com sucesso e pretendo compartilhar nessa análise a minha experiência com ele.






O nascimento de um herói

Um deus antigo ataca uma pequena vila, levando caos, destruição e desespero aos seus habitantes. Num último ato de maldade, a criatura maligna amaldiçoa os sobreviventes e vai embora.

Krog, um jovem guerreiro, inicia a jornada em busca do fim da maldição. Para tanto, ele terá que derrotar inimigos cruéis, superar armadilhas mortais, para no final, enfrentar o temido deus e trazer paz novamente ao seu lar.

Primal Light é um jogo de ação e plataforma, 2D, feito em pixel art. Posso dizer que é uma espécie de viagem no tempo para era de ouro dos games. Mais precisamente para a época dos jogos de 16 bits.

Essa viagem temporal não se limita somente a parte visual, ela se estende ao level design, a parte sonora e por fim a dificuldade do game, que lembra em muito a de títulos oldschool

Os jogadores mais novos podem se incomodar com isso, mas nada que não possa ser superado depois de algumas jogadas. Já os mais velhos, com certeza, encontrarão nele diversão e um desafio a altura.



Controles, fases e recompensas

Krog é um guerreiro com poucas habilidades, a princípio temos o ataque com a adaga verde, o pulo simples e o poder de recuperar parte da barra de energia. Na medida que avançamos no jogo novas habilidades vão surgindo, transformando Krog numa verdadeira máquina de combate.

Com relação as fases, a estrutura é bem simples: ir do ponto A ao ponto B. Entre os dois, há alternativas que nos levam a lugares com algum tipo de recompensa, como por exemplo, moedas de ouro ou runas.

Procurar por esses caminhos tornou-se uma atividade muito interessante durante o gameplay. Em nenhum momento me senti cansado por vasculhar todos os pixels possíveis das fases. Não se compara, é claro, a um jogo no estilo metroidvania, onde há muito mais caminhos e segredos, porém o que encontramos no Primal Light é suficientemente bom.

Se corrermos o risco de explorar por completo um estágio, teremos a chance também de aumentar a nossa barra de vida ou o número de itens que permitirão curar o personagem. Lembrando que essa cura é extremamente limitada no jogo. Ou seja, arriscar-se vale muito a pena no game.



Com relação as runas, nós podemos equipar o personagem com apenas duas por vez. Essa ação só pode ser executada quando estivermos próximos de uma fogueira (o checkpoint do jogo). As runas concedem ao personagem certas vantagens, como por exemplo, enxergar a barra de vida do inimigo ou aumentar a força do ataque.

As moedas são usadas para comprar apenas um item: vidas. Isso acontece ao encontrarmos um vendedor, que fica sentado no chão, geralmente em um ponto estratégico da fase, por exemplo, antes da sala do boss. Só podemos comprar duas vidas por vendedor. A primeira custa em torno de 250 moedas, a segunda o dobro.



Os chefes

Eu adoro batalhas contra chefes, independente do jogo ou plataforma. Eu sei que muitos títulos deixam a desejar nesse parte. Mas quando um jogo acerta, é preciso elogiar. Esse é o caso do Primal Light, que entrega excelente boss fights

Os chefes são muito diferentes entre si. Um tem duas cabeças e é extremamente rápido. Outro parece um planeta anão, pronto para te destruir com suas rachadas de energia. Mesmo decorando todos os movimentos do adversário, ainda há a possiblidade de você ser atingido, visto que alguns chefes executam seus ataques de forma aleatória. 

O nível de dificuldade é bem dosado, não é fácil, mas também não é tão difícil assim. O game vai forçar um pouco o player a treinar mais e ficar atento a cada rodada. Porque se você perder todas as suas vidas no boss, pode ter certeza, que voltará para o início da fase, perdendo assim, o progresso garantido pelos checkpoints.



Considerações finais

Primal Light me agradou em vários aspectos, dos quais destaco: o nível de dificuldade, os chefes, o estilo gráfico e por fim o level design das fases.

Lembrando que o título foi desenvolvido por duas pessoas, na verdade dois amigos, que passaram três anos das suas vidas trabalhando nesse projeto. Eu gostei da experiência que ele me proporcionou, do início ao fim. 

Foram poucas as situações em que o game me desagradou. Posso dizer que uma delas é a forma como os membros dos adversários ficam quicando na tela, assim que derrotamos eles. Mas isso é pouco, perto do que o game nos oferece.

Esta análise só foi possível graças a Fat Gem, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.