Análise - A Lenda do Herói




A Lenda do Herói é aquele tipo de jogo que te surpreende em todos os aspectos. Eu tinha um certo receio de enjoar da parte musical ou que ela pudesse me atrapalhar de alguma forma durante o gameplay. Ledo engano, caros leitores, eu passei a amar a parte musical, que ao meu ver, casou muito bem com o estilo do game.

Surge o herói

O jogo foi lançado para computador no dia 24 de março de 2016. Ele é o resultado da parceria da equipe de desenvolvimento da Dumativa e os Castros Brothers. O game é uma espécie de homenagem aos clássicos da era 8/16 bits, mas com um grande diferencial: a sua trilha sonora.

A parte sonora narra os feitos do herói de uma maneira dinâmica e cômica. Várias foram as vezes que me peguei prestando atenção a letra, com o intuíto de decifrar o que eu deveria fazer em seguida. Por exemplo, em um determinado cenário me deparei com um grande cristal, foi aí que pensei: 

"Será que eu posso pegá-lo?"

A música logo em seguida respondeu:

"Quanto vale um diamante desses?

Não! Um herói não pode nunca roubar.

Mesmo se eu quisesse, como eu ia levar?"

Eu comecei a rir na hora. Pronto a minha dúvida foi respondida de uma forma inteligente e divertida. As músicas são muito bem produzidas e se encaixam com o gênero do jogo, que no caso, é o plataforma.



Sobre os controles

Eu sou muito crítico com a parte relacionada aos controles em um game. Um projeto pode ter gráficos de última geração, história incrível escrita pelo maior escritor da face da Terra e letras musicais de arrancar lágrimas. Mas se não tiver um sistema de controle descente, não adianta nada.

A Lenda do Herói tem um excelente sistema de controles, os comandos são simples e muito intuitivos. O meu filho de 8 anos, por exemplo, jogou comigo por diversas fases e lidou muito bem com todas as diversidades. 

No título há um botão para o ataque, outro para o pulo e um para o uso de itens. Novas habilidades e itens surgem na medida que avançamos na jornada, expandido o leque de botões que devemos usar. Isso acontece de uma forma muito natural, como deve ser em um bom jogo de plataforma.




Os gráficos e o level design

Quem me conhece sabe que sou um grande fã de jogos feitos em pixel art. Sempre que tenho um tempo disponível, fico no Steam procurando por games com esse estilo de arte. Eu herdei esse gosto dos jogos de arcade e nes que jogava na infância.

A direção de arte do A Lenda do Herói foi perfeita ao escolher o pixel art como estilo. Todas os cenários são muito bem trabalhados e os sprites usados no herói e inimigos são lindos. As homenagens presentes na taverna do dragão são muito boas. 

Sem estragar a sua experiência vou comentar duas das quatro que achei (e conheço): O Racketboy do jogo Sky Racket. O outro é o Tcheco do game Skatemasta Tcheco.




O level design é muito bem feito e possui uma ótima variedade. Há momentos debaixo d'água, dentro de um carrinho de mineração, escorregando em dutos e alguns voando. Todas as situações que enfrentei foram muito bem feitas, exigindo de mim um certo reflexo, algo comum para esse tipo de game.

Outro ponto muito bom são os itens escondidos. Temos baús e notas musicais espalhadas em lugares quase que ocultos nas fases. Alguns até conseguimos ver, outros porém ficam totalmente escondidos, sendo necessário, as vezes, toparmos com uma parede para que o caminho se abra diante dos nossos olhos. Em uma das músicas é explicado sobre a possibilidade de encontrarmos esses lugares secretos. 

Os cenários estão organizados em um belíssimo mapa, na medida que avançamos novos pontos vão surgindo. Cada um deles possui em torno de 3 fases, fora a destinada a luta contra o boss. Temos fases em florestas, pirâmides e dentro de um terrível castelo. Curti cada segundo dentro desses lugares.





Luta contra os chefes

A parte que mais curti no game foi a luta contra os chefes, uma melhor que a outra. Não há repetições de mecânicas ou batalhas enfadonhas. Eu particularmente adoro a batalha contra o pássaro e em seguida contra o mago. Já nas fases adicionais, que só devem ser jogadas depois de terminar o game, há um chefe muito bom. Considero-o o melhor.

A animação desses inimigos está muito boa, os modelos usados são grandes e muito bem detalhados. O meu filho ficou obcecado por eles e correu para pesquisar no Youtube vídeos do estillo All Bosses. Ele chegou a desenhar três mini-chefes para uma possível continuação e pediu para eu mandar para a Dumativa. Mandei pelo Twitter.



Conclusões finais

A Lenda do Herói é um BAITA game e deveria ser jogado por TODOS. Ele é um ótimo exemplo de como devemos apoiar o cenário de games nacional. Há muita coisa boa por aí e que as vezes passa batido. Ultimamente eu tenho procurado jogos interessantes que o meu filho possa jogar. Esse é um ótimo exemplo e recomendo para todos que tem filhos, sobrinhos ou enteados.

Esta análise só foi possível graças a Dumativa, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.