Análise - TOHU



Infelizmente eu não vivi a era de ouro dos point n’ clicks. Eu sei que pode soar como um grande pecado, mas confesso que nunca joguei o The Secret of Monkey Island ou o Full Throttle, ambos da incrível LucasArts. Ainda há tempo de me redimir, pois o Full Throttle está disponível no Gamepass.

Para ser bem sincero, eu nunca fui muito fã do gênero. Contudo, ao me deparar com um trailer do TOHU fiquei tentado a experimentá-lo. A arte apresentada naquele vídeo era tão incrível, que fiquei hipnotizado por aquelas imagens.

Por conta disso, me vi na obrigação de me arriscar em um estilo de game que não estou acostumado. Nesse texto compartilharei a minha experiência com o TOHU e como eu passei a curtir esse tipo de jogo.



O início 

Era uma noite calma, os planetas-peixes estavam dormindo tranquilos. Eles permaneceram imperturbáveis até a chegada de uma luz desconhecida e misteriosa. 

Das sombras surgiu uma criatura estranha, cuja intenção era… Destruir!!! 

O Motor Sagrado foi quebrado e toda a vida no peixe estava correndo perigo. Alguém tinha que consertar isso, antes que fosse tarde demais.




A menina curiosa e o poder do Cubus

Assim que a introdução termina o game nos apresenta a sua protagonista: a menina curiosa. Diferente das outras garotas daquele mundo, ela possui o poder do Cubus. Um artefato mágico que fica preso a sua cabeça e que a transforma em um poderoso robô. O game nos orienta através de um tutorial por texto em como trocar entre os dois personagens.

O Robô Cubus será muito útil em situações que necessitem de força: levantar objetos ou quebrar paredes. Já a menina, ela é ótima para subir em lugares altos ou entrar em pequenos buracos. Essas funções são requisitadas em momentos importantes no jogo, todas sinalizadas com setas, de fácil interpretação.




Não demora muito para a nossa protagonista perceber o que está acontecendo do lado de fora da sua casa. O Motor Sagrado, que fica logo abaixo do seu lar, está em apuros e ela precisa desesperadamente resolver o problema.

Aqui vai o meu primeiro elogio ao game: o jogo está totalmente localizado para o nosso idioma. Ou seja, você terá a oportunidade de absorver todos os detalhes dessa história. Os diálogos e pensamentos são apresentados para o jogador através de balões. Já os objetivos ficam descritos em uma espécie de tablet, que a garota encontra jogado no chão.




Ajuda é sempre bem-vinda

O tablet nos dará acesso a três seções. A primeira apresenta os objetivos que devemos realizar para avançar na história (imagem acima). Já a segunda lista a coleção de animais. Cada cenário possui uma quantidade pequena de criaturas exóticas.

Alguns ficam visíveis, outros ficam escondidos. Ao selecionarmos uma, ela poderá ser coletada através de um desenho. Como se fosse uma fotografia. Essa imagem fica salva no tablet para posterior consulta. Caberá ao jogador encontrar todas as criaturas durante a sua jornada no TOHU.




A última seção é uma espécie de ajuda. Essa parte tem como função auxiliar o jogador no entendimento de determinado objetivo, para assim poder prosseguir na história, caso fique empacado em um ponto do jogo. Esse recurso pode ser usado a qualquer momento, portanto, use-o da melhor maneira possível para não estragar a sua experiência.

Outra coisa, para ter acesso a essa ajuda será necessário resolver um pequeno problema, onde sua precisão será testada.




Os controles

Nem tudo em TOHU é perfeito. Os controles, por exemplo, podem incomodar aqueles que estão acostumados as facilidades do mouse e teclado. O ponteiro é controlado por um dos analógicos e a precisão dele é um pouco estranha. Temos a opção de mexer na sensibilidade dele, mesmo assim, eu fiquei com a impressão de lentidão.

Acredito que no PC as mecânicas casem muito bem com o mouse, mas no Xbox One senti que em alguns momentos essa dinâmica acabou quebrando um pouco o ritmo do jogo. Isso não estraga a experiência, mas pode afastar alguns jogadores, pelo menos os mais acostumados aos point n’ clicks.




Podemos trocar os personagens clicando em cima deles ou pressionando um botão de atalho. As demais ações são baseadas em clicar em itens/objetos/criaturas ou arrastar eles. O mais bacana dessa parte, pelo menos para mim, novato em point n’clicks, é caçar o que pode ou não ser usado na fase. Fora que os cenários são bem detalhados.

Uma obra de arte

A arte desse jogo é maravilhosa e não há um lugar se quer no game que não seja rico em detalhes. Os movimentos da menina e das criaturas são charmosamente engraçadas. Os planetas são temáticos e cada um deles possui uma paleta consistente com o seu tema.

A sensação que tenho que estou jogando um obra de arte digital. A vontade que tive, assim que terminei o game, foi de desenhar todos os personagens que encontrei durante a jornada. Um mais interessante que o outro.

O áudio também não deixa a desejar. O jogo pede ao jogador que use fone de ouvidos, para aproveitar melhor a experiência. Os efeitos e as músicas são boas, mão não são memoráveis. Eu mesmo não lembro de praticamente nenhuma delas.




TOHU é um excelente jogo e recomendo que joguem ele. Ele não é longo, se você for bom em resolver os puzzles, será capaz de terminá-lo em poucas horas. Não o faça correndo, aproveite cada estágio e aprecie a arte em forma de videogame.

Esta análise só foi possível graças a Fireart Games e a The Irregular Corporation, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.

* Eu publiquei esse texto originalmente no site do Xbox Mania.