Análise - SIR LOVELOT



Sir Lovelot é um adorável jogo de plataforma 2D feito em pixel art. Nele controlamos um cavaleiro que está a procura do amor ideal. Para alcançarmos esse objetivo teremos que superar muitos inimigos e uma quantidade razoável de armadilhas espalhadas pelo cenário.

O game foi desenvolvido por um pequeno estúdio indie localizado em Luxemburgo. A Pixel Games é conhecida por trabalhar com títulos feitos em pixel art e no seu catálogo temos alguns títulos interessantes, dos quais destaco: Sigi A Fart for Melusina, Plutonium Pirates e Bobby Bombastic.

Nas próximas linhas irei compartilhar minhas alegrias, derrotas, surpresas e frustações com o jogo e dizer se de fato eu consegui encontrar a donzela ideal para o Sir Lovelot.



Era uma vez… 

A Primavera está no ar. Consegues senti-la?

O Sir Lovelot consegue, e está determinado a percorrer os quatro cantos de Lululand, de castelo em castelo, para encontrar o amor da sua vida! 

O teu objetivo é colecionar uma seleção de presentes para oferecer à próxima donzela enquanto evitas situações traiçoeiras e lutas contra criaturas estranhas, tudo isto o mais rápido possível!

O jogo dispõe de mais de 40 excelentes níveis de plataforma feitos à mão, desde escalada de corda e deslizes na parede a saltos altíssimos e mergulhos debaixo de água. O Sir Lovelot consegue suster a respiração durante muito tempo! Agora é contigo, Sir Lovelot. Tu consegues!




As aparências enganam

O game tem um ar de fofinho com seus lindos gráficos feitos em pixel art, mas na real ele esconde algo verdadeiramente assustador: sua dificuldade. Não que isso seja um ponto negativo, pelo contrário, o game sabe lidar perfeitamente com isso. Mas antes de falar sobre esse assunto, falemos sobre as habilidades do nosso personagem.

Sir Lovelot tem a habilidade de pular e de se agarrar as paredes. Além disso, temos o poder de executar um segundo pulo no ar, permitindo assim, alcançar determinados lugares. Para o ataque, temos o disparo de bolas de energia, muito úteis quando nos deparamos com as terríveis criaturas de Lululand. Não podemos esquecer também da sua incrível habilidade de ficar debaixo d’água.




Nesse ponto questiono a escolha do estúdio em colocar o direcional como o responsável por subir e descer do personagem, estando debaixo d’água. A maioria dos jogos de plataforma adotam o botão de pulo como o responsável para isso. Ao meu ver, é muito melhor apertar um botão, do que pressionar o direcional para cima e para os lados ao mesmo tempo, afim de escapar de algum tipo de armadilha ou ataque. Esse ponto da jogabilidade não me agradou.

Voltando a questão da dificuldade. Tudo no game funciona muito bem e escalona de uma maneira que acredito ser a ideal. No início tudo parece ser fácil e tranquilo, poucos inimigos e armadilhas, coletáveis fáceis de serem encontrados, tudo parece maravilhosamente bem. Na medida que avançamos, as coisas começam a piorar e novos conteúdos são inseridos, como mecanismos mais sofisticados e criaturas mais abusadas. Tudo numa mistura maravilhosa de dor e sofrimento.




Acertar o tom da dificuldade em um jogo é uma faca de dois gumes. Se ficar muito difícil, o game não ficará convidativo para os jogadores casuais, se ficar muito fácil, ele não será atrativo para os hardcores. Na minha opinião o Sir Lovelot conseguiu alcançar o equilíbrio perfeito, mesmo tendo que lidar com o direcional debaixo d’água.

Um ponto que achei bem coerente no game foi a morte dos inimigos. Vou explicar: se você derrotar uma cobra, por exemplo, e morrer em seguida em uma armadilha, assim que retornar para a fase, não verá mais aquele inimigo. Uma vez morto, continuará morto. Alguns podem reclamar disso, mas eu gostei dessa parte, porque já temos que enfrentar uma porrada de armadilhas, ter que lidar com todos os inimigos novamente pode se tornar extremamente repetitivo, coisa que o jogo não é, principalmente se você deseja fazer os 100% em todas as fases.




Os objetivos e a ausência de chefes

A conclusão de um estágio com 100% acontecerá se conseguirmos atingir todas as metas exigidas pelo game. Essas metas são bem simples: morra um número de vezes inferior ao exigido, colete uma quantidade de moedas, encontre todos os ovos de ouro e colete todos os presentes das donzelas.

O número de presentes aumenta, dependendo da região que estamos. Na primeira região temos que coletar apenas uma flor. Na segunda temos que coletar a flor e um anel. No terceiro é acrescentado um diamante e no último um doce. Ou seja, na última região temos que coletar os 4 presentes, fora as outras metas que devem ser atingidas. Essa parte do game ficou bem legal e eu quero concluir todas as fases com 100%. Terminei o game com 75% no geral.




Uma coisa que senti muita falta no game foi a batalha contra chefes. Infelizmente há apenas um no final do game. A troca de região ocorre com um desafio muito simples, no caso, fugir de uma bola gigante com formato de crânio. Eu achei bem fraco essa parte, para você ter uma ideia, é possível durante a fuga pular sobre essa pedra. Deixando-o andar livremente a sua frente, enquanto você coleta tranquilamente os itens, logo atrás.

Uma pena que o estúdio não tenha pensando em criar chefes para as últimas fases das três primeiras regiões. Eu entendo que isso pode ter ocorrido devido a uma limitação orçamentária, mas repetir a fuga da pedra, no caso, não ficou legal. Essas foram as únicas vezes que eu não me importei com o que o jogo me apresentava, tudo que eu queria era pular a pedra e fazer o que realmente importa.




Sir Lovelot é um bom jogo e uma ótima opção para os fãs de plataforma. O game não é longo, são necessárias algumas horas para finalizá-lo, mas para concluir a jornada com 100% vai demandar um pouco mais de tempo e paciência do jogador, pois coletar todos os itens é extremamente trabalhoso.

Esta análise só foi possível graças a Pixel Games, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.