Análise - Shadow Gangs




Eu tenho uma relação de ódio, raiva e frustração com esse jogo. Então o título é ruim? Não. Esses sentimentos que apareceram durante o meu gameplay me transportaram para a minha infância. Numa época em que os arcades estavam em alta e jogos como Shinobi  e Shadow Dancer roubavam a atenção da galera.

Se você é um tiozão, como eu, se identificará com o jogo assim que assistir a um trailer. Claro que o game possui alguns problemas, como qualquer outro título, mas o sentimento de nostalgia falou mais alto. Nas próximas linhas vou compartilhar com vocês a minha experiência de amor e raiva com Shadow Gangs.

E a história?

Como todo bom jogo de arcade, a história não é lá aquelas coisas e ela é apresentada através de um emaranhado de frases. Caro leitor, se você nunca jogou em um arcade, vai achar estranho esse modo de apresentar a história, mas a maioria dos jogos da década de 90 eram assim.

O enredo é simples e possui clichês básicos, vistos em praticamente qualquer game do gênero. Resumidamente você precisa lutar contra um grupo, cujo nome é Shadow Force. Eles sequestraram a sua família e cabe a você salvá-los.




Cópia barata?

Li algumas análises comentando que o jogo é uma espécie de cópia do Shinobi. Eu particularmente não acredito nisso. Shadow Gangs é um jogo que faz uma bela homenagem aos jogos de ninja da década de 90. 

Diferentemente do que alguns acreditam, ele possui particularidades únicas e excelentes batalhas contra chefes, que não foram vistos em títulos antigos.

Por isso Shadow Gangs tem mérito próprio e vale muito a pena ser jogado. O único problema, no caso do Brasil, é o seu valor. A versão que eu joguei é a do Xbox One, que está com um valor um pouco salgado. Mas há o Steam, com preços mais convidativos, principalmente em época de promoções.

Estrutura simples, mas divertido

A estrutura do Shadow é simples: resgatar os companheiros presos, derrotar os inimigos durante o trajeto, tudo isso antes que o tempo acabe. Para concluir uma fase, será necessário destreza e atenção para vencer ondas e mais ondas de inimigos. Põe destreza nisso, houve momentos que eu queria tacar o controle na parede, claro que eu nunca faria isso, mas não faltou vontade.

Com o tempo você decora o posicionamento dos inimigos e vai superando aos poucos os adversários. Mas a alegria acaba rapidamente, assim que deparamos com os chefes. Eu curti todas as batalhas, alguns chefes pareciam impossíveis de vencer, mas olhando com mais calma, sempre é possível perceber brechas na movimentação e ataques deles.




Diferente de um ninja tradicional, o personagem joga shurikens quando está sem o uniforme de ninja. Assim que você pega o uniforme, ele passa a atirar com uma arma. Eu dei risada na primeira vez que vi isso, porque achei meio estranho. Como último recurso temos a espada, que funciona quando estamos próximos de um inimigo.

Além das shurikens, da espada e da arma, ele tem dois itens que o ajudarão durante o combate. O primeiro são as minas, que assim que o inimigo passa por cima, explodem. E o outro é o poder ninja dele, que assim que invocado, consegue derrotar todos os capangas presentes na tela. Lembrando que para realizar esse poder, é necessário pegar a roupa ninja antes. Caso contrário, não será possível.

Outro ponto que preciso comentar são as fases bônus. Há dois tipos, um é acessado através de um item que pegamos na fase. Já o outro só é acessível quando passamos por uma fase. O primeiro eu achei fraco e muita das vezes eu simplesmente ignorava pegar o item. Já o segundo lembra bastante Shadow Dancer, mas com um nível maior de dificuldade, foram poucas as vezes que consegui vencer.




Gráficos datados?

Hoje é comum ver comentários negativos na internet sobre jogos feitos com gráficos retrô. Eu curto bastante esse estilo artístico, que a cada dia se reinventa, basta olhar para o cenário indie.

Shadow Gangs possui gráficos que lembram alguns jogos do SNES. Ele não é perfeito nesse aspecto, mas consegue atender às minhas expectativas. Há estágios que os fundos são simples e isso pode afastar alguns jogadores, pelo menos, os mais exigentes com gráficos.

Já a parte sonora faz a sua parte, de uma maneira muito simples. Nada muito inovador. Ao meu ver não há nenhuma música memorável, daquele tipo que gruda na cabeça e não larga mais, pelo contrário, elas são repetitivas e dependendo do tempo que você fica jogando, podem ser cansativas.

Vale a pena?

Sim.  Ao meu ver, o game é feito para os fãs de arcades e para a galera que curte títulos com estilo retrô. Infelizmente na Microsoft Store, versão que estou jogando, está um pouco caro. Mas vocês podem adquiri-lo na Steam, que às vezes, solta umas promoções muito boas.

Esta análise só foi possível graças a JKM CORP LTD que gentilmente me disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.