Análise - Golden Force



Eu adoro jogos feitos em pixel art, principalmente aqueles que lembram títulos da era de ouro dos 8/16 bits. Ele é um desses, que ao ver o primeiro trailer, você já se empolga em querer jogá-lo.

Golden Force é um game de ação e aventura. Ele foi lançado no dia 28 de janeiro de 2021 para Xbox One, PS4 e Nintendo Switch. Em breve teremos também uma versão para o PC.

História

O Rei dos Demônios, junto com o seu exército de criaturas, resolve conquistar as paradisíacas Muscle Island. Um lugar lindo, tranquilo e cheio de ouro, que do nada, se vê em apuros por conta desse monstro. O exército do mal, comandado por generais terríveis, perseguem e escravizam a população local.

Um grupo de mercenários conhecidos como a Força Dourada (Golden Force) está em uma taverna gastando moedas de ouro em seus últimos dias de férias. Quando recebem um novo contrato: derrotar esse novo mal e recuperar a montanha de ouro.




Iniciando a jornada

A primeira parte do jogo é uma espécie de tutorial. Aqui o Capitão, um velhinho engraçado, grita a função de cada um dos botões e as possíveis combinações para ataque e defesa. Enquanto ele tenta nos orientar, o barco, em meio a tempestade, começa a ser atacado por criaturas. Assim que terminamos de derrotá-las, surge o primeiro chefe. Logo de cara, sem dó. Uma espécie de Kraken, cujo nome é General Salsa.

Ele é fácil se usarmos tudo aquilo que aprendemos anteriormente. A única coisa que devemos ter a mais nesse ponto do jogo é atenção, pois alguns tentáculos tentarão nos atacar na primeira parte da luta, e poderão sumir  na segunda parte da luta. Em ambos os casos, o seu personagem sofrerá danos e poderá morrer.

Essa fase de introdução e tutorial é excelente. Depois disso, chegaremos as 4 ilhas (ou mundos), onde iremos enfrentar o restante dos generais e por fim o temível Rei Demônio.





Apenas skins?

O game nos dá a possibilidade de escolher entre quatro personagens. Um rapaz loiro (Gutz), uma bela guerreira (Spina), um mutante dragão (Drago) e um velhinho com braços biônicos (Elder). Assim que colocamos o direcional em cima de um deles, surge o botão que possibilitará a troca de cor do personagem.

Infelizmente o jogo desperdiça a oportunidade de fazer algo incrível nesse ponto do gameplay. Todos os personagens compartilham da mesma habilidade, ou seja, o que difere um dos outros é apenas a skin. 

Logo que bati o olho neles, pela primeira vez, achei que cada um teria alguma habilidade especial, que faria com que revisitássemos a fase para encontrar caminhos alternativos ou tesouros escondidos. Não existe nada disso. Tanto é que, comecei jogando com o Guts, depois troquei para a Spina, em seguida o Drago e por último, fechei o game com ele, o Elder. E em nenhum momento senti diferença entre os personagens. Uma pena.




Dificuldade e recompensa - Justos?

Já afirmo de antemão: esse jogo é difícil. Ele pode ser injusto para alguns. Eu particularmente não curto muito essa afirmação. Se tem uma coisa que os desenvolvedores fizeram bem nesse título, foi o nível de dificuldade, que lembra em muito alguns jogos antigos.

Tudo bem que algumas armadilhas aparecem do nada, mas ao meu ver, faz parte do processo de superar o jogo. O que me incomoda na real não é a dificuldade, mas sim os valores da loja. Por exemplo, tem dois itens que deixam o personagem com ataques elementais, sendo um de gelo e o outro de fogo. Ambos são caros, custam uma fortuna em ouro. Mas a duração dele é de menos de 1 minuto.

Se o item durasse mais ou se tivéssemos a possibilidade de usar ele por mais de uma vez, aí eu aceitaria isso, mas no caso, tanto o que pegamos no meio da fase, quanto o que compramos na loja, que é fora das fases, tem o mesmo tempo de menos de 1 minuto. Ou seja, o jogo te forçará a coletar muito ouro para comprar itens. Algo que não ficou bem balanceado.

Agora, há itens especiais que podem ser comprados por moedas de ouro (versão grande), ou por um item que parece ser uma concha de praia. Ambos devem ser encontrados nas fases. Nesse caso, eu aceito tranquilamente porque é desafiador encontrar esses itens. Ao todo são 5 por fases. Essa parte é bem desafiadora.




Gráficos, sons e controles

A direção de arte desse jogo é muito boa. Há fases muito bem feitas, com paletas de cores vivas e alegres. Em outras a paleta é mais escura, tanto um tom mais melancólico. Mas no geral os gráficos são muito bons, principalmente a caracterização dos chefes. Sensacional. Outra coisa que notei foram as homenagens durante as fases, dentre elas, se destaca a do game Ghost n’ Goblins.

Com relação ao som, ele faz o seu papel com músicas alegres, mas repetitivas em alguns momentos, lembrados jogos old school. Os efeitos sonoros são simples, como devem ser nesse tipo de jogo.

Os controles são precisos e não tive problemas com relação a eles. Em vários momentos, durante o estágio, me deparei com placas que me ensinavam determinados comandos, que logo em seguida, seriam usados para superar algum tipo de dificuldade.




Batalha contra os chefes

Se tem uma coisa que precisa ser elogiada neste jogo é a BATALHA CONTRA OS CHEFES. Todas, sem exceção, são muito boas. Ao todo são 5 generais e o Rei Demônio no final.

Não há chefe chato nesse jogo. Todos os combates são muito bons, dentre eles, o que mais gosto é o da fase de tutorial, o da primeira fase e o último. Esses três são bons demais.

Meu filho de 8 anos me acompanha em todas as jogatinas. Na opinião dele, os mais legais foram os do mundo 3 e do mundo 5. Ele curtiu também o último, mas a sua preferência está voltada para esses dois que comentei.

Considerações finais

Infelizmente o título escorrega em alguns pontos, dentre eles, os personagens, que poderiam ter habilidades diferentes. Mas no geral, o jogo é muito bom, com batalhas contra chefes excelentes. A sua dificuldade pode afastar alguns jogadores, porém, se você curte um game com estilo retrô, desafiador, eu recomendo com todas as minhas forças.

Esta análise só foi possível graças a Pixel Heart que gentilmente me disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.