Análise - Shantae and The Seven Sirens

A personagem Shantae foi criada por Erin Bell, esposa de Matt Bozon, criador do jogo. Em 1994, Erin teve um lampejo criativo, ao observar uma campista dançando. Naquela época ela era a coordenadora do acampamento. Quando Matt teve a ideia de criar um jogo, ele a consultou para a criação de um novo personagem, e foi assim que a Shantae foi criada. O primeiro jogo foi lançado em 2002 e desde então a franquia tem expandido o seu universo.

A meio-gênio Shantae está de volta em uma nova aventura. A Wayforward, desenvolvedora e distribuidora do título, lançou o jogo para as principais plataformas. A versão que eu joguei foi a do Xbox One e quero compartilhar com vocês a minha experiência com o game.


Enfim, férias

Shantae e seus amigos deram um tempo nas aventuras e resolveram tirar férias. O destino é uma ilha tropical onde todos poderão aproveitar os dias com muito sol e água de coco. Assim que a turma chega ao local, o prefeito do lugar convida Shantae para participar de um festival com outras garotas, que também são meio-gênios. Mas algo acontece durante a apresentação e as moças são sequestradas, com exceção da Shantae, que agora tem a missão de resgatá-las.

Eu nunca joguei um jogo da franquia e nos primeiros minutos de gameplay percebi o tom do game, que é bem humorado e divertido. Os diálogos com os NPCs são engraçados, não todos claro, mas a grande maioria. Infelizmente a versão que eu joguei não tinha a localização para o Brasil. Tive que jogar com as legendas em espanhol e a dublagem em inglês.


Explorando sem parar

O título segue o padrão dos jogos da franquia Shantae: muita exploração e muito backtraking. E aqui deixo o meu primeiro ponto negativo: não há nenhum tipo de recurso para marcar lugares interessantes no mapa. Depois que joguei o excelente Hollow Night, fiquei com a sensação que esse recurso é obrigatório para os jogos do gênero.

Outro ponto negativo são os objetivos. Infelizmente se não ficarmos atentos às conversas ou itens do menu, não saberemos o que temos que fazer, pois não há nenhum tipo de indicador no mapa. Outros títulos do gênero apontam, de uma forma singela, a direção que devemos seguir. Não é o caso desse jogo e por conta disso você pode se sentir perdido. Para resolver esse pequeno problema, sugiro que você faça anotações para não esquecer o que tem que fazer.

A ilha paradisíaca é dividida basicamente em grandes áreas conectadas entre si. Cada área conta com um labirinto, onde encontraremos uma das garotas perdidas e teremos que enfrentar também uma das Sirens (boss). A cada meio-gênio resgatada ganharemos uma nova habilidade. Aumentando o leque de opções que temos para explorar esse maravilhoso mundo.

Você, caro leitor, deve se esforçar para explorar o máximo a ilha, porque além de bela e misteriosa, ela nos oferece a possibilidade de encontrarmos pepitas de ouro e Heart Squids. Cada cidade possui uma espécie de ferreira que usa os Hearts para aumentar os pontos de vida da heroína. Já as pepitas, elas podem ser usadas para comprar cartas monstros especiais.

O terceiro ponto negativo é a linearidade que o jogo apresenta em determinados momentos. Mesmo o personagem tendo a liberdade de ir e vir, percebe-se um certo padrão:

  • Descubra uma nova área.
  • Acesse o labirinto dessa área.
  • Enfrente um subchefe: Risky Boots.
  • Salve uma das meio-gênio e ganhe uma Fusion Coin.
  • Derrote a Siren (chefe do labirinto).
  • Encontre uma Fusion Stone e aprenda uma nova dança.
  • Continue a aventura.



Aprimorando as habilidades

Se tem uma coisa que não podemos reclamar é a quantidade de habilidades/armas que o jogo oferece. Basicamente a Shantae tem a habilidade de pular e atacar com o cabelo. Com relação ao cabelo, podemos melhorá-lo adquirindo upgrades na loja. Além de upgrades, temos a possibilidade de comprar equipamentos que expandirão o arsenal de armas da moça. Temos mísseis teleguiados, isso mesmo, bolas de fogo, bolas com espinhos e outros itens mais.

Temos também as habilidades mágicas que conseguimos na medida que encontramos as garotas sequestradas. A primeira parte se baseia nas transformações obtidas através da Fusion Coin
  • Salamandra: permitirá a Shantae movimentos rápidos e andar nas paredes.
  • Sapo: permitirá a garota a nadar em águas mais profundas.
  • Polvo: que permitirá realizar saltos duplos e triplos.
  • Tartaruga: permitirá quebrar um determinado tipo de parede.
A segunda parte se baseia em habilidades especiais, que conseguimos graças ao uso das Fusion Stone:
  • Seer Dance: revela objetos ocultos, como passagens secretas, armadilhas ou plataformas escondidas.
  • Refresh Dance: recupera uma parte da vida e realiza ações de cura ressuscitando elementos do cenário.
  • Spark Dance: causa dano aos inimigos através de uma forte descarga elétrica, também permite ativar equipamentos que dependam de energia.
  • Quake Dance: causa danos aos inimigos e modifica o cenário, pois o terremoto é tão forte, que poderá revelar caminhos alternativos.
Outra coisa interessante sãos as cartas de monstros. Essas cartas aparecem aleatoriamente quando derrotamos um adversário. Algumas podem ser usadas no momento que você pega, outras dependerão de uma quantidade certa para serem ativadas. 



Na parte inferior da descrição temos a quantidade de cartas que precisamos para ativar o poder dela. Quando atendermos esse requisito, poderemos usá-la em um dos três slots disponíveis. Cada carta oferece uma característica que permitirá a Shantae usar determinadas vantagens.



Gráficos, sons e dificuldade

O jogo é muito bonito e as cenas animadas são um colírio para os nossos olhos. Os personagens e os cenários foram bem feitos. Um destaque especial para as Sirens, que possuem um design muito criativo.

Com relação aos ambientes, a parte submersa possui lugares mais fechados e usam de uma paleta de cores mais escuras, dando o tom necessário para o lugar. Já na parte da superfície, tudo muito alegre, com cores mais vivas, nos levando a crer que realmente estamos em um lugar paradisíaco.

As músicas são simples e atendem o propósito do jogo. Mas não são memoráveis, eu mesmo não consigo lembrar de nenhuma. Os efeitos sonoros são bons e a dublagem, quando ela ocorre, não deixa a desejar.

O jogo não é difícil, desde que você mantenha o seu estoque de itens de recuperação cheios. Caso contrário, terá dificuldades na hora que estiver enfrentando um boss. Mesmos os chefes, eles são tranquilos de serem derrotados, desde que, entendamos a lógica por trás deles.

Vale a pena?

Na minha opinião vale muito a pena adquirir o jogo. Existem mais pontos positivos do que negativos. Passei boas horas jogando ele e me diverti bastante. Com relação a bugs, não lembro de ter encontrado nenhum durante a campanha.

Claro que algumas coisas poderiam ser melhores, principalmente a questão de marcações no mapa. Quem sabe para um próximo jogo a Wayforward pense nisso. Shantae:Shantae and The Seven Sirens está dispoível no Xbox One e é uma excelente opção para você jogar com o seu filho e família.

Esta análise só foi possível graças a Wayforward que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.

* Eu publiquei originalmente esse texto no site Xbox Mania.