Análise - Odallus: The Dark Call
Primeiramente tenho uma confissão a fazer: eu nunca dei a devida importância para o cenário de jogos indies, principalmente o brasileiro. O meu único contato com um jogo indie foi jogando Limbo e posteriormente Inside. Ambos desenvolvidos pela Playdead. Mas nos últimos dias tive a oportunidade de jogar Odallus: The Dark Call.
Um jogo 8 bits
O meu primeiro console foi um Hi-Top Game, um clone do Famicom. Com esse videogame vivi muitas aventuras, salvei princesas, derrotei demônios e viajei para outras dimensões. Tenho boas lembranças dessa época e jogar Odallus tem sido uma experiência incrível, pois ele conseguiu me transportar para esse período, onde os bits limitavam os gráficos, mas não a imaginação. Um jogo com estética retrô, mas com mecânicas atuais. Essa é a definição perfeita para o game.
As comparações sempre existirão. Uns dirão que ele se parece com Castlevania, outros, com Ninja Gaiden. Para mim ele carrega todas essas referências e acrescenta novas, tornando-o único.
Um amigo chamado Bloodborne
É provável que você, meu caro leitor, não concorde com a seguinte afirmação:
“Odallus me lembra Bloodborne.”
Eu platinei Bloodborne e continuo jogando-o atualmente. O design de fases de ambos os jogos compartilham características comuns entre si: possuem atalhos, fases extensas (parecem verdadeiros labirintos), pequenos segredos, saves bem posicionados, etc.
Outra característica que ambos possuem é o seu nível de dificuldade. Calma, Odallus não é tão difícil, a ponto de chamá-lo de Bloodborne de 8 bits. O que eu quero dizer que ambos os jogos possuem um nível de dificuldade coeso e bem ajustado. Por exemplo, teve situações que o meu personagem morreu, não porque o botão falhou, ou algum objeto da tela me atrapalhou, mas por causa de uma decisão errada. E para mim, não há sensação melhor quando você sofre uma derrota por sua culpa e não por um bug chato, ou pior, por falta de polimento no sistema de dificuldade. Algo bem comum na era 8 bits.
Um bando de monstrinhos
Aqui vai a minha única reclamação aos desenvolvedores: eu gostaria que o jogo tivesse um bestiário. Gostei do design das criaturas e adoraria saber um pouco mais delas. E infelizmente não encontrei nada disso no game.
Os chefes são bem feitos, com características únicas e que proporcionam bons combates. Um detalhe importante, não há repetição deles, já que é uma prática comum em alguns jogos a repetição de determinado boss durante a campanha. E sobre o chefe final, que luta bacana, gostei muito do desafio proposto, me fez lembrar muito Ninja Gainden 2 do NES.
A desenvolvedora
A empresa responsável pelo título é a JoyMasher, uma desenvolvedora brasileira sediada em Curitiba. Ela foi fundada em 2012 pelos brasileiros Danilo Dias e Thais Weiller. Atualmente eles trabalham no jogo Blazing Chrome. Os jogos que eles desenvolveram até o momento são:
- Blazing Chrome (ainda em desenvolvimento)
- Killing Moon
- Major Maox
- MRC6-454
- Odallus
- Oniken
Site: http://joymasher.com/
Facebook: https://www.facebook.com/JoyMasher/
Twitter: https://twitter.com/joymasher
Tumblr: https://joymasher.tumblr.com/
G+: https://plus.google.com/+Joymasher
Enfim, Odallus é um jogo que merece ser jogado/testado/análisado por todos os gamers, principalmente os brasileiros. Às vezes, não nos importamos com os lançamentos nacionais e isso é um BAITA de um engano. Odallus: The Dark Call se mostrou superior a muitos jogos atuais, com uma estética retrô, mecânicas simples, que te prende do início ao fim. Certamente ele é um título destinado aos saudosistas, como também aos mais novos.
||| Informações Técnicas:
Desenvolvedora: JoyMasher
Data de Lançamento: 15 de julho de 2015
Gênero: Plataforma, Ação
Disponível: Steam e Itch.io